quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Maré baixa nas manifestações

A manifestação de ontem frente ao parlamento para protestar contra a aprovação do OE2013 suscita-me as seguintes observações:

1) É de louvar o comportamento pacífico dos manifestantes da CGTP, aliás em resposta ao apelo nesse sentido de Arménio Carlos. Mas este comportamento não significa necessariamente que a CGTP e os seus membros sejam incondicionalmente contra a violência. Em primeiro lugar, trata-se confessadamente de um comportamento estratégico. Arménio Carlos disse, com razão, que a violência dá argumentos ao Governo. Portanto a ausência de violência tem, pelo menos primariamente, por fim evitar dar argumentos ao Governo. Em segundo lugar, o secretário-geral da CGTP repetiu que era contra "a violência gratuita". Esta repetição deixa adivinhar que a organização poderá aprovar ou mesmo promover comportamentos violentos desde que não sejam "gratuitos", o que, segundo a minha interpretação, poderá ser o caso de violência que seja um meio necessário para conseguir os fins pelos quais a CGTP luta. É bem sabido que para o partido do qual o movimento sindical é, ou deveria ser, a correia de transmissão, os fins justificam os meios.

2) Uma dezena de jovens fizeram tristes figuras ao aparecer mascarados de palhaços e a fazer palhaçadas. Será uma forma de luta de indignados, de anarquistas ou simplesmente de palhaços?

3) O movimento sindical e a oposição em peso deve meditar nas razões que levam a que as afluências às manifestações tenham uma tendência para diminuir cada vez mais. Pelo menos a avaliar pelas imagens das TVs, a manifestação de ontem teve fraca adesão.

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